Domingo, 17/10/2021
Fernando Diniz celebra vitória contra o Coritiba e exalta desempenho de toda a equipe
Jogando em São Januário, pela 30ª rodada do Campeonato Brasileiro, o Vasco da Gama venceu o Coritiba por 2 a 1, com gols do atacante German Cano e do meia Nenê. Com esse resultado, o Gigante da Colina chegou aos 46 pontos e ocupa a 6ª posição. Logo após o duelo ocorrido, na Colina Histórica, o técnico Fernando Diniz concedeu entrevista coletiva e enfatizou a importância dessa vitória. O comandante disse ainda que a equipe vem tendo mais altos do que baixos desde sua chegada.
– A equipe está tendo mais altos do que baixos desde que cheguei. Até os jogos que empatamos, tivemos chance de vencer. O que a gente não pode é diminuir o ritmo, como a gente diminuiu no segundo tempo em São Luís, foi uma lição muito dura contra o Sampaio Corrêa. Acredito que os jogadores responderam de maneira positiva hoje. Agora é seguir em frente. Procurar não oscilar, fazer jogos mais lineares no primeiro e segundo tempo. É uma coisa que a gente tem que perseguir até o final – disse o comandante.
O lateral esquerdo, cria da base, Riquelme de apenas 19 anos, foi um dos principais destaques da equipe no duelo contra o Coritiba. Além de ter um ótimo comportamento defensivo, o camisa 45 esbanjou habilidade em alguns lances durante a partida. Fernando Diniz elogiou o desempenho do lateral neste confronto e não faltaram palavras para definir a qualidade do jogador.
– Falar do Riquelme é fácil. Um jogador extremamente talentoso. Eu acho que ele nem sabia ainda o quanto ele é bom. Um cara muito humilde. Com o potencial que ele tem, ele faz coisas difíceis parecerem ser fáceis. Na realidade é isso que acontece. Acho que ele nem sabe como faz. É um jogador que vai amadurecer e já está amadurecendo. É um jogador que para mim tem um futuro brilhante pela frente – destacou Fernando Diniz.
Outro atleta revelado pelo clube que se mostrou muito seguro durante os 90 minutos, foi o goleiro Lucão. O arqueiro assumiu a titularidade neste jogo e fez uma partida muito firme. Fernando Diniz falou um pouco sobre a decisão de começar com Lucão no lugar de Vanderlei, que vinha tendo uma sequência. Diniz relembrou o histórico do jovem goleiro e disse que pelo momento Lucão mereceu essa oportunidade.
– Em relação ao Lucão, a decisão de começar com ele foi a segurança que ele me passou nos treinos. O histórico também. Um jogador que pegou todas as categorias de base da Seleção. Foi campeão olímpico também. Um jogador jovem, com esse currículo, pelo que estava demonstrando nos treinos, que já tinha 15 jogos como titular este ano, me deu segurança para poder colocá-lo. Tínhamos um ótimo goleiro jogando que era o Vanderlei. Mas achei que pelo momento, pelos treinos, era momento de dar uma oportunidade ao Lucão – finalizou.
Confira outros trechos da coletiva:
Apoio da torcida
“Eu acredito que o aspecto anímico do time com a torcida, principalmente em São Januário, é muito positivo. A torcida nos empurrou demais contra o Goiás e hoje fez a mesma coisa. É uma torcida diferente, uma torcida cantante, uma torcida que me agrada demais. É uma alegria muito grande poder jogar aqui em São Januário. Cada vez me sinto mais feliz e à vontade. E quando o time joga em sintonia com a torcida, como foi no primeiro tempo, fica mais bonito e envolvente.”
Ainda sobre Riquelme
“Quando o jogador tem esse tipo de sintonia com a torcida, e a torcida do Vasco tem esse desejo, esse apelo quando aparece um jogador, eu acredito que esse negócio com o Riquelme vai dar muito bem. Como eu disse, ele nem sabe o quanto é bom ainda. Então, ficamos insistindo para ele fazer, se errar não tem problema, vamos correr. Na média, ele tem sido um dos nossos melhores atacantes, embora ele seja lateral. Ele faz jogadas que desconcertam o adversário, aquele negócio de magia, que ninguém espera. Da minha parte eu estou estimulando cada vez mais. Ele tem que ir se testando. Não é toda hora que vai acertar, mas tem que fazer. Conforme ele vai jogando ele vai sabendo o momento de fazer ou não. Mas é um menino muito especial. O Riquelme vai escrever a história dele. Também não quero colocar peso nenhum. Ele também não é um menino empolgado. Ao contrário. Ele é humilde.”
Sobre o elenco:
“Eu acho que é uma combinação bem positiva. O elenco do Vasco, de fato, foi muito bem formado. Muito bem elaborado por quem estava aqui antes de mim. E a minha maneira de jogar, que eu gosto de ver o futebol, é essa que estamos tentando implementar. A tendência é que melhore cada vez mais com a sequência de jogos. Tem muitos jogadores técnicos, muitos jogadores bons nas suas categorias de base, alguns aqui e outros que daqui um próximo momento vão pintar aqui. E isso faz parte do que o Vasco pretende para o futuro. Eu considero o elenco que foi montado na Série B um dos melhores elencos. Às vezes, as coisas do futebol não acontecem por uma série de fatores, é muito complexo. Você precisa ter frieza. Quem trabalha no futebol e vive do futebol precisa de mais frieza para ter mais justiça. Quando o resultado não vem, se coloca todo mundo na mesma panela e mexe. E você não consegue identificar quem está errado. Eu não participei de nada disso (montagem do elenco). A diretoria não errou, foi um acerto da diretoria. Quando eu cheguei aqui eu só percebi que o estado anêmico estava um pouco negativo, jogadores um pouco desconfiados do que podiam produzir. Com os treinamentos e confiança que sempre tive, até por isso vim para cá, era que eu achava que o Vasco tinha um elenco muito bom para esse objetivo, que é o acesso.”
Marquinhos Gabriel
“O Marquinhos Gabriel para mim é um jogador de nível A. De Série A. Eu acompanho ele desde a época do Bahia. Jogador formado na base do Inter, depois no Palmeiras, teve um excelente momento no Santos. Se destacou tanto que o Corinthians comprou por ter mais recursos à época. Eu acho que na nossa cultura, a gente imagina que é um jogador, como o Ganso um pouco, que ele não se entrega. É o contrário disso. É um dos caras que mais trabalham no Vasco. Se pegar o GPS e ver o tanto que corre, provavelmente está entre os três primeiros. Quando temos um jogador igual a ele, achamos que tem que fazer a função do Nenê, por exemplo. E são jogadores totalmente diferentes. É um jogador de último terço como o Nenê, de passe, que decide na bola parada, com muitos gols, e um jogador extremamente talentoso, que precisa de volume, que faz o time andar, que ajuda na recomposição. Esse é o Marquinhos Gabriel. Então, às vezes, ele é o oposto do que o torcedor imagina. Hoje é um jogador que não podia ter jogado, sentiu um desconforto na coxa, e jogou o tempo todo. Ele é um jogador que veste e entrega muito para o Vasco. Eu gostaria que a torcida enxergasse isso nele, porque é um jogador que entrega muito.”
Nível de dificuldade
“- Eu acho que o jogo mais difícil que o Vasco foi contra o Brusque, por condições de campo, por termos um jogador a menos. E soubemos nos entregar absolutamente para ganhar a partida. Tivemos que jogar fora das nossas características, o campo não permitia tocar a bola. Tivemos o Léo Matos expulso ainda no primeiro tempo. A equipe teve coragem. Hoje foi um dos jogos mais importantes, porque estávamos enfrentando o líder do campeonato e tínhamos que vencer. É uma rotina, desde que cheguei estamos sob pressão, precisamos ganhar. Mas foi um dos jogos mais importantes e difíceis do campeonato.”
Sobre a derrota para o Sampaio Corrêa
“- Eu acho que não é a derrota em si que mais me incomoda, no futebol isso você não tem controle. Em São Luís, o nosso time podia ter feito um segundo tempo diferente, embora eu já não tivesse gostado do primeiro. O segundo então foi pior por conta de achar que a Série B poderia ter jogo fácil. Não existe jogo fácil. Jogos fáceis são os que você ganha, e depois que termina o jogo. Com um homem a menos, achamos que íamos ganhar sem se entregar como fizemos hoje. A lição que fica daquele jogo é que precisamos encarar as partidas com início ao fim do máximo de empenho e dedicação. Assim ficamos mais próximos do nosso objetivo.”