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Futebol

Segunda-feira, 07/12/2015

Coletiva do presidente Eurico Miranda

O presidente Eurico Miranda concedeu entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira (07/12), em São Januário. Em pauta, vários assuntos relacionados ao futuro do Vasco. Confira abaixo o pronunciamento do dirigente vascaíno.

Presidente Eurico Miranda conversou com a imprensa – Foto: Paulo Fernandes/Vasco.com.br

“Eu fiz questão de fazer esse pronunciamento sozinho, apesar dos meus vice-presidentes estarem aqui. Primeira coisa que eu quero falar para que não fique dúvida, porque eu tenho que fazer posteriormente algumas considerações. O único responsável e exclusivo pelo rebaixamento do Vasco sou eu. E estou dizendo isso para não transferir para ninguém. É uma mancha irreparável no meu currículo de 50 anos de Vasco. Acho que eu esperava não ter que passar por essa situação.

 Primeiro lugar, eu encontrei o Vasco num quadro que a gente pode classificar como “terra arrasada”.  Achei, quando assumi, que era uma situação difícil. Porém, muito mais difícil foi o quadro que encontrei. Esse cidadão que passou por aqui, chamado Roberto Dinamite, esteve sete anos no clube e não recolheu um centavo de imposto e de Fundo de Garantia, e me deixou, fora outras situações  ao assumir, com três meses de atraso de salário. Não só dos jogadores, como do quadro funcional.

A primeira coisa que tive que fazer foi pagar os impostos daquele último ano, para poder regularizar uma situação junto à Receita e tive que efetuar o pagamento de 14 milhões de reais. Evidente que esse tipo de coisa quando a gente planeja, que é o que todo mundo gosta e quer, um time de futebol não havia a menor condição da gente montar sem regularizar essa situação e fazer os investimentos que seriam necessários para ter um time competitivo. A medida inicial foi regularizar essa situação. Algumas surpresas apareceram, débitos que precisavam ser sanados de qualquer maneira. Vou citar só um: água. Tive que fazer um parcelamento na ordem de 10 milhões de reais. Isso é para demonstrar como encontrei o Vasco. Eu vejo, e como sempre verei até o último dia da minha vida, muito mais a instituição do que outra coisa. Tive que me focar para que a gente tivesse essa situação regularizada.

Imprensa acompanhou de perto a entrevista coletiva – Foto: Paulo Fernandes/Vasco.com.br

Hoje posso dizer que o Vasco tem a sua situação fiscal plenamente regularizada, seus impostos são recolhidos normalmente, como o Fundo de Garantia também. Os salários estão  rigorosamente em dia, até de forma antecipada. Todo o quadro funcional já recebeu a primeira parcela do 13º e o mês de novembro. E porque foi feito isso? Foi porque aprovam leis neste país e não as aplicam. Tem uma lei que diz que, para disputar uma competição você tem que ter salário e impostos em dia. Ai você vê que alguns deixam de pagar e não tem consequência. Nós tivemos essa obrigatoriedade.

E também pode ser que tenham clubes prejudicados, mas ninguém foi mais pela arbitragem do que o próprio Vasco. Culminamos para mostrar que isso era uma constante. Inclusive, ontem, teve um pênalti no Nenê, que todos disseram que aconteceu, mas não foi marcado. Apesar de nós termos alertado a CBF, que tem a sua comissão de arbitragem, nenhuma providência foi tomada. E eu digo isso não para justificativa minha pessoal. Eu não uso desses artifícios. Eu falo em homenagem a um grupo de jogadores e sua comissão técnica que se dedicaram e que no final não teve o seu objetivo concretizado.

Então, eu quero deixar absolutamente claro e vou repetir: Eu não passo a responsabilidade dessa queda do Vasco para ninguém. A responsabilidade é minha. Eu só estou dando apenas algumas considerações porque eu tenho o dever com a instituição. Muito mais que o dever com a torcida, o meu dever é com a instituição. Ela está muito acima de qualquer outra situação, das pessoas, dos críticos. Eu sei perfeitamente que eu não sou uma figura simpática aos críticos, até porque eu só aceito a crítica daqueles que um dia sentaram na cadeira que eu sento. Não precisa ser na presidência, mas que administraram um clube. Que conhecem o problema. Filósofos eu conheço muito.

Presidente Eurico Miranda falou assuntos importantes relacionados ao Vasco – Foto: Paulo Fernandes/Vasco.com.br

O Vasco foi vitima de um ex-jogador, que foi ídolo e um grande atacante, mas que como administrador foi uma lástima. Tem outros ex-jogadores que viraram críticos. Claro que eles não vão receber nem 10% do que receberam jogando futebol, mas hoje atuam nesta área e ai passam a falar uma série de baboseiras de quem desconhece tudo. Na verdade, tem o apoio as vezes até de colegas. A única coisa que eu não vejo é o corporativismo. De repente jornalistas que tem que frequentar uma faculdade são obrigados a se submeter a ex-jogadores que passam a ser os grandes personagens da crítica. Mas ainda tem que bater cabeça.

Dito isso, quero deixar registrado que quando eu atribuo a responsabilidade unicamente a mim é porque meus jogadores e comissão técnica, apesar de ter dado todas as condições, me deixaram satisfeito, e não quero que tenham nenhuma parcela de responsabilidade ou de culpa. E repito: é algo que eu não queria levar comigo, mas vou ter que levar o fato de ter acontecido esse rebaixamento.”


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