Segunda-feira, 06/11/2017
Eurico Brandão Miranda avalia momento vivido pelo Vasco
Eurico Brandão Miranda concedeu entrevista coletiva na Colina- Foto: Paulo Fernandes/Vasco.com.br
De olho na partida contra o Santos, o Vasco da Gama retornou aos treinamentos na tarde desta segunda-feira (06/11) no Complexo Esportivo de São Januário. Seguindo protocolo do CAPRRES, os atletas que iniciaram o jogo diante do Vitória fizeram um trabalho regenerativo. Os demais jogadores suaram a camisa no Campo Anexo em atividades físicas e técnicas promovidas pela comissão técnica. Ao término da movimentação, o vice-presidente de futebol Eurico Brandão Miranda concedeu entrevista coletiva e avaliou o momento vivido pelo Gigante da Colina.
Confira os trechos da entrevista coletiva de Eurico Brandão Miranda:
– Ex- jogador do Vasco boicotando o trabalho do Departamento de Futebol
“A gente sabe tudo que acontece no futebol. Tudo que acontece a gente fica sabendo. Hoje é muita informação, muito detalhe. Eu não posso afirmar que alguns atletas estiveram reunidos, mas sei que dois ou três estiveram. Muitos receberam ligações. Atletas que vinha para o Vasco receberam ligações para não vir. Atletas em período de renovação de contrato receberam ligações para não renovar. Atletas que tiveram algum problema foram incentivados a criar problema. O atleta que fez essas ligações e ainda faz é o Felipe”
“Não vou citar o nome dos atletas do nosso elenco que estiveram reunidos, pois não quero expor, até para evitar qualquer tipo de comentário da torcida. Na verdade, os nossos atletas demonstraram um comprometimento muito grande no dia a dia e os resultados em campo mostram isso. Mas tem um desgaste, porque você tem que conversar com o atleta, explicar, colocar um atleta na frente do outro, justificar, colocar o treinador para conversar. O cara quer assumir o Departamento de Futebol e fica fazendo sugestão aos atletas. Ele quer assumir no caos? É pouco inteligente. É um desespero grande para atingir objetivo numa eleição no Vasco que atitudes como essas são tomadas”
“Não pensamos em punição para nenhum desses atletas, até porque eles não marcaram reunião. São encontros casuais. Eles se encontraram e falaram sobre coisas, mas ficamos sabendo sobre o que foi conversado. O cara também não pode deixar de ir num restaurante e passear na praia. Tem alguns que foram pegos na praia passeando. Eles foram leais contando as coisas que tentam colocar para eles. A gente não tem nada para falar dos nossos atletas, do comportamento de cada um deles. Eu não sei detalhes afinco das coisas que foram ditas, são conversas pessoais, mas são coisas que foram para intimidar e jogar uma pressão maior do que existe”
– Influência no resultado contra o Vitória
“Eu acho que a gente estava com um grupo sob total controle. Eles tinham total consciência do que representava aquela vitória. Acredito que até por isso se joga uma pressão acima do normal nos atletas. Isso pode ter sido um fator de desgaste psicológico para os nossos atletas, pois eles sabem de todo esse enredo que envolve um jogo na véspera de uma eleição. Tem pressão de todos os lados para que se consiga os objetivos. Eu discuto muito isso internamente e essa hipótese foi rechaçada pelo Anderson e o Zé Ricardo, mas acredito que o futebol é muito mais mental que qualquer outra coisa. O percentual da influência do psicológico no rendimento do atleta é superior aos 50 por cento. Esse processo eleitoral influenciou muito no rendimento e o fim dele trará uma tranquilidade para os atletas”
– Cobrança por uma vaga na Taça Libertadores
“Quanto mais você vence, mais você precisa ganhar no futebol. O torcedor vai se empolgando na medida que você vai ganhando e muitos que no início diziam que ia comemorar quando o time atingisse 45 pontos, ontem ficaram insatisfeitos porque viram que é possível alcançar uma outra meta. Se a gente alcançar o G7, os torcedores vão querer o G4. Isso é natural. Você quando começar a ganhar quer sempre mais. Eu acho que isso foi um dos fatores. Os jogadores ficaram reféns disso também, pois muda constatemente a pressão por uma vitória. Você deixa de ser um time sem condições para ser um time que pode ganhar. Acredito que se nós não tivéssemos tido todo prejuízo por conta do período eleitoral, incluindo aquela situação do clássico contra o Flamengo, estaríamos mais em cima na tabela. Jogamos longe de casa 10 partidas, metade da que temos direito no campeonato. A campanha do Vasco nesse ano tem que ser analisada com cuidado, é bem vitoriosa. Se você aplicar o percentual de pontos que conquistamos em São Januário com torcida no percentual que tivemos jogando fora de casa e sem torcida, certamente ocuparíamos uma posição na tabela bem agressiva. Estaríamos em terceiro ou quarto lugar, mas infelizmente um período eleitoral trouxe um prejuízo grande para o clube”