Quarta-feira, 09/08/2017
Jean comenta caso Milton e rechaça problemas de relacionamento
Jean trabalha forte na academia do CAPRRES- Foto: Paulo Fernandes/Vasco.com.br
Titular em 18 das 19 partidas do primeiro turno, o Jean é um dos principais destaques do Vasco da Gama na atual edição do Campeonato Brasileiro. Contratado no início da temporada junto ao Corinthians, o jogador possui apenas 22 anos, mas pode facilmente ser considerado um dos líderes do atual elenco cruzmaltino. Foi nessa condição que o volante concedeu entrevista coletiva na noite da última segunda-feira (08/08) no Complexo Esportivo de São Januário.
Na ocasião, o “cão de guarda” comentou a situação envolvendo o técnico Milton Mendes, lamentou a atitude tomada pelo zagueiro da Ponte Preta, negou problemas de relacionamento no vestiário do Gigante da Colina e afirmou que o grupo receberá Nenê de braços abertos, caso o meio-campista consiga superar as etapas colocadas pelo departamento de futebol para o seu retorno ao elenco.
– Episódio envolvendo Milton Mendes e Rodrigo, zagueiro da Ponte Preta
– Ambiente ruim no vestiário do Vasco
“As pessoas têm criado algo em torno do grupo do Vasco que o grupo não gosta do treinador, não gosta da transparência do treinador, não gosta de ser cobrado, o grupo é mimado. Eu queria ver isso no dia a dia. Nós somos cobrados e sabemos que a cobrança que ele faz é para o nosso melhor. Quando isso acontece, nós buscamos fazer mais dentro dos treinos. Se a gente fosse jogadores perfeitos, não estaríamos nem na Europa, mas em outra galáxia. Não existe jogador perfeito. As pessoas estão criando uma ilusão em cima da gente. Falam bastante de uma reunião que teve entre os atletas, mas esquecem de falar que antes dela, na sexta, teve uma reunião com o presidente Eurico, onde ele cobrou todos os jogadores. Disse que a nossa visão já estava começando a ficar distante do nosso objetivo. A nossa visão não é de quem vai olhar para baixo, mas de quem vai brigar e olhar para a parte de cima da tabela. Nos reuninos no sábado justamente para discutir isso. E as pessoas falam que há complô dentro do Vasco contra o treinador. E por qual motivo existe complô? A nossa meta era atingir no mínimo 30 pontos no primeiro turno, não atingimos, por isso no sábado nos reunimos como grupo e vimos que algumas coisas precisavam ser melhoradas e cobradas por nós dentro de campo. Não dá para aceitar gol no começo do jogo, por exemplo. Também não dá para tolerar atraso nos dias de treino. São mínimos detalhes que precisavam ser corrigidos. Em Campinas, antes do jogo, nos reunimos com o professor Milton em condição de igualdade. Ele colocou uma cadeira na nossa frente e falou que não estava um passo acima, mas numa condição igual a nossa naquele momento. Foi quando começamos a conversar em relação ao clube, ao time, o que deveria melhorar. Sentamos para resolver tudo isso. Tínhamos que ter de novo aquela vibração, o ímpeto do começo do campeonato”
– Aceitação de Nenê no grupo do Vasco
“O nosso grupo é muito aberto, que não tem dificuldade de aceitação, que não tem dificuldade em entender as coisas. O caso do Nenê foi algo muito rápido. A princípio, não estava sendo exposto nada para nós, assim como não estava sendo para vocês. A diretoria decidiu blindar todos nós e o Nenê, até porque não se sabia se ele queria realmente ficar ou ir embora. Agora que o primeiro passo foi dado e ele acertou com a diretoria, agora cabe ao professor Milton o que espera dele como treinador. O afastamento do Nenê não aconteceu por conta do Milton, todos nós aqui dentro sabemos disso. Nós como grupo sentimos falta, até pela experiência, qualidade técnica e pela maneira que ele lidava com o grupo. A partir do momento que cada jogador que está no Vasco entende a dimensão do clube e que o Vasco é maior que tudo, ele será aceito não só pelo grupo de jogadores, mas pela diretoria, pelo treinador e pelo torcedor. Cada pessoa tem direito a uma segunda chance. O Nenê poderia estar passando por um turbilhão de coisas naquele momento. Como amigo dele, eu sei o tamanho do peso que é ter o Nenê do nosso lado. A minha torcida é que tudo se resolva da melhor maneira possível. Que ele consiga se resolver com o professor Milton num diálogo saudável, pois o grupo irá recebê-lo de braços abertos”.