Terça-feira, 04/11/2014
Médicos discorrem sobre situação do atacante Éverton Costa
Querido por torcedores, atletas, comissão técnica e dirigentes, Everton Costa trava fora das quatro linhas a grande batalha de sua vida, a preparação de seu organismo após sofrer em campo uma arritmia cardíaca. No entanto, seis meses depois daquela trágica lembrança, o jogador deu um novo passo para a alegria de todos. Segundo os médicos que cuidam do caso, o atleta teve "ótima evolução" e foi liberado para retornar as atividades cotidianas no Vasco.
Dr. Gustavo Gouveia e Dr. Clóvis Munhoz- Foto: Marcelo Sadio- Vasco.com.br
Entretanto, os profissionais adotam cautela quanto a um possível retorno do atacante aos gramados. Embora a expectativa de todos seja grande, isso só será possível saber, mais claramente, nas próximas semanas ou meses. Ao lado do médico do clube Clóvis Munhoz, o cardiologista Gustavo Gouveia, que atende Everton Costa, explicou a atual situação do atleta.
– Difícil dizer na medicina com certeza sobre a chance de voltar, não voltar. Vamos fazer tudo da forma mais segura em todo esse processo de recuperação. Vamos torcer que tenha o progresso que todos desejamos, mas nesse momento não está liberado para jogar. Está liberado para voltar a atividade física leve. Demos esse prazo inicial de seis meses esperando que evoluísse como evoluiu e que então voltasse a fazer atividade física. Poderíamos ter recebido a notícia, através de exames, de que em dois meses ele tivesse passado por outra arritmia, mas não aconteceu – ressalta o doutor.
O médico salientou também que Everton Costa é esportista pioneiro no Brasil a fazer uso do desfibrilador. Dos 300 existentes em todo o mundo, 60 estão no ramo futebolístico, e o mais importante, sem estatísticas de morte até os dias de hoje. Dr. Gustavo mencionou ainda que alguns médicos são mais reticentes e conservadores quanto ao retorno de jogadores que fazem este tipo de tratamento, contudo, outros percebem avanço da medicina na questão.
– Certamente tem muitos colegas que de cara decretariam o fim de carreira do Everton. "Ah, botou desfibrilador, é igual a parar de jogar". Medicina para se ter certeza é muito difícil. Muitos cardiologistas com todo nosso respeito pensam diferente, mas inúmeros outros colegas pensam igual a gente. Essa é uma decisão compartilhada com outros colegas, não só daqui do Brasil, não só de quem cuidou do Everton, opiniões da literatura médica. Temos dados de literatura bastante contundentes de que é possível sim paciente com desfibrilador ter atividade física – enalteceu o médico.
Éverton Costa acompanhou entrevista coletiva ao lado da Esposa- Foto: Marcelo Sadio- Vasco.com.br