Futebol
Sexta-feira, 15/05/2020
Paulinho da Viola recorda histórias, jogos inesquecíveis e fala da paixão pelo Vasco
Depois do ator, roteirista e humorista Bruno Mazzeo estrear a série com vascaínos ilustres, o Site Oficial segue as entrevistas e o convidado da vez é o músico Paulinho da Viola. Sempre que pode, o portelense declara seu amor e carinho pelo Vasco. No bate-papo, Paulinho recordou como começou a paixão pelo Cruzmaltino, recordou histórias e até um encontro com Ademir Menezes, seu ídolo de infância, além de montar seu Vasco dos sonhos e elogiar Fernando Miguel e Talles Magno do atual elenco.
Paulinho da Viola tocando no centro do gramado de São Januário (Foto: Reprodução TV Globo)
– Minha relação com o Vasco começou provavelmente em 1950, 49.. quando eu tinha já sete anos. Da Copa do Mundo não me lembro nada, mas me recordo que já ouvia falar do Ademir, do Vasco e eu tinha um amigo de infância, meu vizinho, chamado Luiz e acho que foi ele quem me influenciou. É engraçado porque minha mãe era Flamengo, minha vó também, meu irmão Botafogo e meu pai Fluminense. O engraçado é que eles nunca tentaram me influenciar. Nunca se preocuparam com isso. Uma das coisas que me lembro mais, nunca esqueci, é do grande time do Vasco desse período. Foi quando me apaixonei pelo Vasco – lembra Paulinho, que não conseguiu escolher apenas um jogo inesquecível do Gigante da Colina:
– É difícil escolher um só. Foram muitos jogos. Alguns eu assisti em casa, como foi o que o Vasco virou, lá em São Paulo, sobre o Palmeiras e foi campeão da Mercosul. Um outro jogo inesquecível pra mim foi o que o Roberto fez um gol sobre o Botafogo. Ele deu um lençol no Osmar, zagueiro do Botafogo, e fez um golaço. São coisas inesquecíveis. Do Romário marcando de cabeça, logo no início, no Maracanã. É muita coisa. Despedida do Roberto, que fui também com a minha família. São muitos jogos. É difícil escolher um só.
Já músico, Paulinho da Viola fez um show e quando terminou, se dirigiu ao camarim. Lá dentro, uma surpresa. O ídolo de infância Ademir Menezes o aguardava para felicitá-lo sobre o espetáculo. O antigo craque do Vasco e da Seleção Brasileira estava acompanhado dos “rivais” Nilton Santos (que fez história no Botafogo) e Zizinho (antigo craque do Flamengo). No encontro, Paulinho inicialmente tomou um susto e logo depois brincou com o Queixada (apelido de Ademir), recordando que ele era seu jogador de futebol de botão.
Aldir Blanc, que faleceu recentemente, e Paulinho com a camisa de Dinamite (Foto: Acervo Infoglobo)
– Essa história é verdade. Não era nem só o Ademir, que era o meu ídolo. Eram Nilton Santos e o Zizinho, que meu pai tinha uma dúvida se o Pelé foi melhor que ele. A minha reação foi virar pro Ademir e falar “você já foi meu botão” (risos). Ele era daquele grande time do Vasco que eu nunca esqueci: Barbosa, Augusto e Claréu ou Barbosa, Augusto e Rafagnelli… Ely, Danilo e Jorge; Maneca, Friaça, Ademir, Ipojucan e Chico. Esses eram meus botões e isso eu nunca esqueci – conta, para depois lembrar da relação que teve com outro craque vascaíno, Roberto Dinamite:
Quanto a amizade com jogadores, por incrível que pareça, eu fiquei mais amigo de jogadores que não eram do Vasco. Do Vasco, o que mais me aproximei foi o Roberto Dinamite. Uma doçura de pessoa, um grande craque. Me deu muitas alegrias, foi a muitos shows meus. Outro grande amigo que fiz do futebol, que é padrinho do meu filho, foi o Afonsinho. Até hoje, a gente se fala muito. É uma pessoa incrível, fantástica.
Paulinho, Pedro Valente (ex-médico do Vasco) e Martinho da Vila (Foto: Reprodução Twitter)
Vasco dos sonhos: recordações da mesa de botão
Na hora de escalar o seu Vasco de todos os tempos, Paulinho da Viola mostrou a escalação na ponta da língua. Era o time que o fez se apaixonar pelo Cruzmaltino, entre os anos de 1949-50-51. Já para comandar as feras, ele admitiu que nunca foi de olhar para os treinadores e escolheu um dos que mais o marcou: Mário Travaglini, que comandou o time no primeiro título brasileiro, em 1974:
– Meu time preferido foi o da minha infância. Que eu nunca esqueci: Barbosa, Augusto e Claréu (Rafagnelli); Ely, Danilo e Jorge; Maneca, Friaça, Ademir, Ipojucan e Chico. Nós tivemos grandes jogadores. O técnico, por incrível que pareça não me ligava muito nos técnicos. Eu gostava muito do Mário Travaglini (campeão brasileiro de 1974). Me lembro que fui a São Januário uma vez, encontrei os jogadores na época, ele os treinando, foi num momento em que o Calçada me deu um título de sócio. Ele também deu ao Martinho da Vila, meu compadre, vascaíno também.
Paulinho da Viola e Roberto Dinamite em 98, ano do centenário do Vasco (Foto: Acervo Infoglobo)
Confira outros trechos da entrevista:
1. Quais são as suas principais lembranças de arquibancada para ver o Vasco?
Lembranças de arquibancada são muitas. Eu já fui ver jogo do Vasco, tinha um amigo, Toninho Moraes, uma quarta-feira, chovendo, pouquissímos torcedores e me divertia muito com o time jogando, torcendo e também pelo número reduzido de torcedores no Maracanã. Também já vi inúmeros jogos no Maracanã com meu sogro, que era vascaíno, com meu pai também, íamos muito ao Maracanã, ele com os amigos dele. Uma coisa que me marcou muito é que eu ia para o jogo e sempre ficava de olho na torcida. Ela diverte também. Quando ela se manifesta, o jogo às vezes não está muito bom. Ver a torcida do Vasco era um dos motivos que me fazia assistir aos jogos.
2. Quem são os seus jogadores preferidos do atual elenco?
No time atual temos pelo menos dois grandes jogadores. Eu gosto muito do nosso goleiro, Fernando Miguel, e o Talles. Que esteve machucado, mas acho que já se recuperou e assim que o time voltar a treinar ele vai estar à disposição. Tem outros jogadores também. O Vasco, pelos problemas que vem enfrentando esse tempo todo, vendeu muitos talentos. Jogadores promissores, que se nós pudéssemos segurar, hoje seríamos um dos melhores times do Brasil. Cito esses dois, porque acompanho todos os jogos e são os que mais gosto.
3. Você costuma postar fotos nas redes sociais mostrando seu amor pelo Vasco. Nos seus aniversários, sempre tem alguma referência ao clube, como a camisa ou até um bolo decorado…
Normalmente é a turma aqui de casa que faz isso. Sempre a turma, quando pode, tenho muitas camisas que ganhei de parentes, amigos… quando acontece uma coisa dessas é porque a turma aqui de casa fez. Todos aqui torcem pelo Vasco, então, junta uma coisa com a outra. Todos sabem que gosto muito do Vasco e é um presente legal.
Paulinho e o bolo com o escudo do Vasco durante seu último aniversário (Foto: Arquivo Pessoal)