Ricardo Graça na quarentena: cuidados, improvisos e cartilha seguida à risca
Depois de Leandro Castan, foi a vez de outro zagueiro conversar com o Site Oficial e a Vasco TV por vídeo neste período de quarentena, em função da pandemia do COVID-19 (Coronavírus). Assim como o capitão, Ricardo Graça mandou um recado ao torcedor vascaíno, pedindo que ele fique em casa e se resguarde neste momento, fez um balanço dos últimos meses da carreira e analisou o momento que o mundo vive.
Ricardo falou sobre como tem vivido a quarentena (Foto: Reprodução)
– É bem difícil. Parou do nada, por conta da pandemia e não sabemos quando tudo vai voltar e o que vai ser feito. Se vão nos dar férias, se a parada vai durar mais uma, duas semanas, se os jogos serão de portões fechados, se teremos que jogar… nós estamos de quarentena, procurando não sair de casa. Eu estou tentando tirar proveito, trabalhando em casa. Não tenho tanta coisa, mas consigo improvisar alguns treinos, até para não perder ritmo e o pessoal do Vasco nos enviou uma cartilha, com quadro de exercícios e estou tentando fazer as coisas em casa para não perder a forma – explicou o jovem zagueiro.
Recentemente, o Menino da Colina recebeu a notícia de que vai ser pai. Se a quarentena foi motivada por uma causa triste, Ricardo Graça tem aproveitado o tempo em casa para curtir a namorada Stephany durante a gravidez, mas o momento também é de preocupação e cuidado. E o defensor vascaíno espera que no fim do ano a pequena Luiza chegue ao mundo com muita saúde.
– Foi uma surpresa. Sabíamos que poderia acontecer, mas foi uma surpresa boa. É mais um fato marcante em 2020, além da convocação, é o ano que serei pai. A quarentena tem sido boa porque eu fico mais junto com ela, mas ainda falta muito tempo. Só que fico mais preocupado que feliz. Estamos acompanhando e vendo o que acontece no mundo e tomando todos os cuidados para não pegar o vírus e ter qualquer risco pro bebê. Espero que tudo volte ao normal e que a gente consiga fazer as coisas do dia a dia e que daqui há seis meses a nossa Luiza venha com muita saúde – disse, antes de completar com a primeira coisa que vai fazer ao final da quarentena:
– A primeira coisa que vou fazer é sair de casa. Tentar dar um passeio no shopping com a minha esposa, com a minha filha na barriga dela e voltar com a rotina de treinos e trabalho, que faz muita falta.
Ricardo também tem seguido à risca a cartilha elaborada pelo Departamento de Saúde do Vasco. A integração entre os setores Médico, de Fisiologia, Fisioterapia, Prepação Física, Nutrição e Psicologia criou uma série de atividades e tarefas aos atletas, que fazem em algum momento do dia e improvisam com os móveis e utensílios que possuem em casa:
– Eu não tenho um horário fixo para fazer. Ontem, por exemplo, fiz a tarde, hoje vou fazer de noite. Procuro seguir a cartilha, vou até ligar para o Márcio Puglia (Fisioterapeuta), pra gente fazer um treino online. Eu procuro fazer o que tem na cartilha, no quadro de exercícios. Eu vou improvisando. Como não posso ir na academia, eu subo na cadeira, uso o sofá, pego um tapete, uma garrafa de água na vassoura, num saco. Dá pra fazer algumas coisas improvisadas. Estou tentando manter a forma e espero que a gente volte a treinar o mais rápido possível.
CONFIRA OUTROS TRECHOS DO BATE-PAPO
SELEÇÃO OLÍMPICA
Foi uma experiência maravilhosa. Quando você chega na Seleção, pro atleta é o auge. Temos sempre que buscar o máximo, o melhor e pra mim foi um orgulho, ainda mais poder ter jogado dois jogos e um deles contra a Argentina, que foi o mais importante e carimbou nossa classificação pra Tóquio. Nunca vou esquecer.
BATE-PAPO COM OS COMPANHEIROS
A gente conversa muito via Whatsapp, são 30 atletas, então é difícil falar com todo mundo por vídeo. O único que falei por vídeo essa semana foi o Matheus Cunha (atacante do Hertha Berlim, que jogou com Ricardo na Seleção Olímpica). Mas temos trocado ideia, conversando sobre o que vem acontecendo, as providências que vão ser tomadas e o que cada um acha. Estamos conversando sempre, mas por mensagem.
DO QUE MAIS SENTE SAUDADES?
De tudo. Estamos bem acostumados a ter essa rotina diária. Quando somos obrigados a parar e não ter mais, ficamos tristes. A gente se sente até um pouco inútil. Ficar em casa o dia inteiro é ruim. Mas sinto saudade da rotina, dos jogos, da minha torcida, jogar em São Januário pra mim é o melhor lugar do mundo. Me sinto realmente em casa.
RECADO PARA O TORCEDOR
O que eu posso pedir agora é pra não sairem de casa, lavar bem as mãos. Eu, mesmo sendo jovem, não sou do grupo de risco, mas posso transmitir para alguém que esteja nesse grupo. Esse momento é de união, de mostrar amor ao próximo, pra não propagarmos esse vírus e sair dessa o mais rápido possível. Em relação ao futebol, posso dizer pra torcida que vamos lutar muito para que esse ano seja melhor, que a consigamos uma classificação melhor na tabela do Brasileirão. Quem sabe buscar algum título. Estamos vivos na Copa do Brasil, vamos tentar reverter o resultado e na Sul-Americana vamos esperar o novo adversário. É o que sempre falo todos os anos, quem joga no Vasco tem que pensar grande. Quem está lá tem que estar acostumado a vencer e não pode se acomodar.