Futebol
Sexta-feira, 01/02/2019
Totalmente adaptado, Maxi López sonha com um 2019 ainda melhor pelo Vasco
Maxi López ainda não completou seis meses em São Januário, mas não há um só torcedor cruzmaltino que não o considere um ídolo. Esse carinho pode ser explicado pelo desempenho dentro das quatro linhas, afinal o argentino marcou sete gols e deu seis assistências em 19 jogos, sendo assim peça fundamental do Vasco da Gama na reta final do Campeonato Brasileiro.
Maxi López concedeu entrevista ao Site Oficial (Foto: Carlos Gregório Júnior/Vasco.com.br)
Engana-se quem pensa, porém, que esse é o único motivo da paixão dos seguidores da cruz de malta pelo camisa 11. Longe do gramados, no vestiário e nos treinamentos, Maxi López assumiu o papel de líder e tornou-se um dos porta-vozes do elenco. Paizão dos mais jovens, o atacante não esquece o Gigante da Colina nem mesmo nos momentos de folga, e faz questão de evidenciar seu carinho pelo clube através das redes sociais.
O “Trator” aproveitou um intervalo dos treinamentos da pré-temporada para conceder uma entrevista exclusiva para o Site Oficial. Na oportunidade, Maxi López falou literalmente sobre tudo, revelando a expectativa para temporada 2019 e detalhes sobre a vida no Rio de Janeiro. O objetivo do camisa 11 é superar o desempenho obtido no ano passado.
Confira a entrevista exclusiva com o argentino Maxi López:
Site Oficial (SO): O que o torcedor vascaíno pode esperar do Vasco na temporada de 2019?
Maxi López (ML): “As coisas mais importantes são o espírito, a garra, o sacríficio e o trabalho. Isso nós estamos demonstrando. Começamos de uma forma muito boa com na pré-temporada. Era fundamental ter muitos reforços para iniciar o Carioca, até porque esse ano precisa ser diferente. Estou muito confiante, pois ficou o mesmo treinador e a base do time se tornou mais forte. Ainda podemos melhorar, precisamos evoluir em algumas coisinhas ainda, mas vejo esse início de uma forma bastante positiva. Queremos fazer um ano muito melhor do que foi no ano passado”
SO: Você acredita que pode superar o rendimento da temporada passada em 2019?
ML: “Eu espero que meu rendimento seja ainda melhor, e estou trabalhando para isso. Venho treinando muito forte aqui na pré-temporada para tentar começar o Campeonato Carioca marcando gols, ganhando jogos. Eu também quero que o time fique mais forte, pois desejo brigar por posições importantes em 2019. O Vasco merece, e a nossa torcida está esperando isso há bastante tempo. Tenho gostado das mudanças e tenho bastante confiança que as coisas vão melhorar nessa temporada”
Camisa 11 falou sobre a rápida adaptação ao Vasco (Foto: Carlos Gregório Júnior/Vasco.com.br)
SO: Como explicar a rápida adaptação ao Vasco e a enorme paixão dos torcedores por você?
ML: “Eu não sei explicar o carinho da torcida e o motivo de ter me adaptado tão rápido ao Vasco. Ano passado foi muito positivo dentro de campo para mim, mas acho que todo essa boa relação existe porque não sou um fake. Eu sou um cara autêntico e que fala com sente sempre, dentro ou fora de campo. Eu virei uma pessoa importante para o time por ser um dos caras menos jovens e com bastante experiência. Quando eu cheguei, estava com muita vontade de mudar as coisas. Não conseguia admitir que um time tão importante como o Vasco estivesse naquela situação. Não era algo legal. Eu quero que o Vasco volte a ser um time importante, e vou dar tudo de mim para isso acontecer. Vou tentar ajudar os mais jovens para que eles são o futuro do Vasco”
SO: Está preparado para encarar o calor da Cidade Maravilhosa? Já sente adaptado ao Rio?
ML: “Estou tentando me preparar para esse calor do Rio de Janeiro, pois não é fácil. Eu já joguei no verão, em diferentes lugares do mundo, mas o calor do Rio é intenso. Eu preciso realmente me adaptar, porém estamos treinando no calor também para tentar chegar da melhor maneira nesse primeiro jogo. Estou bem no Rio, já tenho alguns amigos, o que para mim é muito importante. A minha namorada também se entrosou muito bem com o clima da cidade. Sou um cara muito positivo e a coisa que gostei quando cheguei no Rio é que o Carioca tem uma felicidade muito particular. É algo que eu gosto”
SO: Já conheceu todos os pontos turísticos?
ML: “Ainda não conheci todos os pontos turísticos. Já visitei o Cristo há alguns anos, mas período que estou no Vasco ainda não cheguei a ir lá. Deveria fazer um pouco mais de turismo, mas quando minha família da Argentina chegar no Rio, no próximo mês, vou procurar sair mais um pouco para conhecer esses lugares. Fiquei muito focado no trabalho nesses primeiros meses, principalmente por estarmos atravessando aquele momento. Independente disso, eu sou um cara que gosta mais de ficar em casa”
SO: É verdade que você é um paizão para esses garotos que foram promovidos para o profissional?
ML: “É fundamental passar a confiança para os mais jovens. Quando eu era da idade deles e estava começando, as palavras e os conselhos dos mais velhos foram muito importantes, principalmente porque o profissional é diferente, existem muitas coisas que é preciso aprender. Eu tento de ficar perto dessa garotada, acho legal, é maneiro. Tenho buscado entrosá-los o mais rápido possível no nosso time. Sempre fui assim nos lugares que passei, procurei sempre ajudar os juvenis, até porque eles vão ser importantes para nós em algum momento da temporada”
SO: De onde surgiu a ideia de raspar a cabeça dos garotos? Tem algum motivo especial?
ML: “A verdade é que alguns ficaram melhores do que eram antes (risos). Mas é um costume, algo que acontece com frequência na Argentina e na Itália. Nesses lugares, quando os moleques fazem a primeira pré-temporada, os mais velhos raspam o cabelo. Eu acho que é um jeito bacana para romper essa distância entre o jogador grande e o mais jovem. É um modo de passar confiança e tentar conhecer mais a personalidade de cada um. É fundamental também para criar uma harmonia, uma coisa linda, pois é muito fácil conquistar títulos quando se tem um grupo fechadinho, unido, muito forte”
SO: Mas o Andrey escapou….
ML: “Ele foi embora, saiu correndo, mas falei que vamos cortar o cabelo dele também (risos). Agora, falando sério, o Andrey é um cara engraçado e ainda tem coisas para aprender, porém já nos ajudou muito no ano passado. Ele está mais experimentado e o nosso relacionamento é muito bom. É muito jovem, mas já disputou e foi decisivo em jogos importantes. Ele precisa continuar a crescer”
SO: Você realmente acompanha o que é dito nas redes sociais? De onde vem a frase “que pasa puto”?
ML: “Eu fiquei muito tempo sem ter rede social. Comecei há sete meses atrás para eu mesmo falar o que precisava ser dito. É legal também para ficar mais perto do torcedor. Muitas vezes ele não consegue ficar perto do jogador, do time, então esse é um modo para criar esse ambiente lindo no futebol. Eu gosto, e tento interagir ao máximo com a torcida. A torcida do Vasco é muito bacana. A frase “que pasa puto” é muito utilizada na Argentina. Aqui começou com uma brincadeira do Thiago Galhardo, agora está todo mundo falando, e eu acho bacana. O Thiago é um cara também importante para o time, mas precisa passar mais a bola para mim (risos).