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Futebol

Sexta-feira, 06/11/2015

Um jogo inesquecível para os torcedores vascaínos

Vasco e Palmeiras se enfrentam neste domingo (08/11), às 17 horas, pelo Campeonato Brasileiro. Ao longo da história, o cruzmaltino e o alviverde duelaram 123 vezes. A vantagem é da equipe paulista, que obteve 55 vitórias, contra 30 do Gigante da Colina. Ocorreram ainda 38 empates. Apesar do retrospecto ser favorável ao “Verdão”, o torcedor vascaíno não tem do que reclamar, afinal conquistou diversos títulos importantes em cima do seu próximo rival no torneio nacional.


Repercussão da mídia um dia após o título vascaíno- Foto: Arcevo do Jornal O Globo

Uma partida que não sai da memória de todos que carregam a cruz de malta no peito ocorreu há aproximadamente 15 anos. Em 20 de dezembro de 2000, Vasco e Palmeiras se enfrentaram na finalíssima da Copa Mercosul. Os dois time já haviam feito duas partidas, com uma vitória para cada lado. O jogo que decidiu o campeão da competição sul-americana ocorreu no Palestra Itália, campo adversário. Ao final do primeiro tempo, o título parecia impossível, pois perdia por 3 a 0. Mas para o Vasco essa palavra não existe no seu vocabulário e ele, mais uma vez, mostrou, com a superação de seus heróis, porque é o time da virada ao fazer 4 a 3 e levar o caneco para a Colina Histórica.

A partida começou aberto, com os dois times criando boas chances de abrir o placar. O Gigante da Colina, com um elenco mais forte, chegou com mais qualidade, mas os palmeirenses, empurrados por sua torcida, tiveram mais volume e levando perigo nos primeiros minutos, principalmente, nas bolas paradas do lateral Arce. E foi numa delas que os paulistas abriram o placar aos 35 minutos. O paraguaio cobrou escanteio e Júnior Baiano o cortou com a mão. Pênalti e cartão amarelo para o zagueiro. Arce bateu forte no meio do gol, enquanto Helton pulou para a esquerda.

Inexplicavelmente, deu um “branco” no cruzmaltino e, no minuto seguinte, o Palmeiras pressiona a saída vascaína, rouba a bola, parte rápido para o ataque e amplia com Magrão. Os torcedores, que ainda comemoravam o primeiro tento, vão ao delírio. Os jogadores vascaínos não se abateram, muito pelo contrário, seguiram lutando. Aos 45 minutos, porém, o Palmeiras fez o terceiro gol com Tuta, em chute preciso, sem chances para Helton.


Juninho Paulista foi um dos destaques da decisão- Foto: Reprodução Internet

A primeira etapa terminou com uma vantagem de três gols para os donos da casa. A torcida cantava eufórica que já era campeã, pois considerava impossível o Vasco reverter o placar fora de casa. Porém, o Gigante da Colina, que adora tornar o impossível em possível, mostraria no segundo tempo que não é chamado de o time da virada por seus seguidores à toa. Joel Santana fez uma alteração para a segunda etapa, colocou o atacante Viola no lugar do volante Nasa.

O Vasco iniciou a etapa final pressionando o Palmeiras, lutando pela bola como se fosse um prato de comida. O placar naquele momento parecia não importar. Os jogadores queriam honrar sua torcida e o manto vascaíno. A reação mais espetacular da história do futebol começou aos 13 minutos. Na ocasião, Juninho Paulista invadiu a área adversária em velocidade e foi derrubado. O juiz marcou pênalti e Romário, com sua frieza característica, converteu chutando do lado esquerdo da meta. O Vasco era todo ataque naquele momento, enquanto o Palmeiras buscava ampliar em um contragolpe.

Aos 23, Juninho Paulista, de novo, fez grande jogada individual e tentou o passe para Viola. A zaga conseguiu cortar, mas a bola sobrou para o próprio meia, que entrou na área e sofreu novo pênalti. O “Baixinho” repetiu a primeira cobrança e anotou o segundo gol vascaíno. A partir daí, a partida começou a tomar ares dramáticos em São Paulo. Os donos da seguiam apostando nas bolas paradas e em rápidos contra-ataques. Em uma boa escapada palmeirense, Júnior Baiano deu um carrinho e acertou Flávio no meio de campo. Pela falta, o zagueiro recebeu o segundo cartão amarelo e acabou sendo expulso aos 33 minutos.

A missão vascaína parecia ter ficado mais difícil de ser executada. A expulsão, entretanto, ao invés de abater os jogadores, serviu como combustível. O Vasco fez uma troca de passes envolventes até chegar no filho do vento Euller. Aos 40 minutos, o camisa 7 cruzou na área, Romário tentou o chute de primeira e acabou errando. A bola, porém, bateu em seu pé de apoio e foi ao encontro de Juninho Paulista. Cara a cara com o goleiro Sérgio, o armador não desperdiçou e empatou o confronto. O Parque Antártica só não ficou em silêncio porque os cruzmaltino cantavam, com orgulho, que o Vasco era o time da virada.


Romário festejando o gol que deu ao Gigante o título da Mercosul- Foto: Reprodução Internet

Aos 46 minutos, quando todos já aguardavam o apito final, aconteceu a virada. Viola recebeu na ponta esquerda, invadiu a área com velocidade e tocou para Juninho Paulista. Da entrada dela, o meia chutou em cima na marcação. Para a felicidade dos milhões de cruzmaltinos espalhados pelo mundo, a bola foi parar nos pés de Romário. Cria de São Januário, o predestinado atacante, que havia retornado ao clube naquele ano, marcou seu terceiro gol, que confirmou o triunfo por 4 a 3 e deu ao Gigante da Colina seu terceiro título sul-americano.


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Cruz de Malta

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